domingo, 19 de abril de 2009

Mari Mari Power

A quase 23 anos atrás, eu conheci a menina que ia ser a minha melhor amiga, a mais querida, amada, idolatrada salve salve, pra quem eu poderia contar todos os meus devaneios, os mais sérios e os mais absurdos, os mais divertidos e os mais loucos...

Mas eu nem liguei e acho que ela também não. Não estávamos maduras o suficiente para ser cu e bunda no jardim II. Precisávamos ter amigas do mal antes do grande encontro cabalístico de mais tarde.

Nessa tenra infância não me lembro de melhores amigas, mas de assustar marianinhas inocentes com visitas a cemitérios para ver maridos mortos de professoras... Não sei de onde eu tirava essas histórias mirabolantes, acho que era um pedido de atenção a qualquer preço. Eu era então considerada pela Mari Mari Power como "o mal com bochechas". E ela era, enfim "Power" com seus cabelos enormes...

Mais tarde entrávamos no fundamental I e aí ela era uma das tchongas que tinha a pachorra de me dizer "vamos lanchar?" Que tipo de ser humano com 8 anos tem o verbo "lanchar" no seu vocabulário??? Só a Mari mesmo! Pra mim era comer mesmo, coisa que eu fazia com a Fernanda... porque éramos suuuper legais, achava eu. E a Mari ficava com a Débora, do mesmo grupo dela.

Mudei de escola e da 5ª a 8ª nem sequer me lembrava da Mariana, até ela me aparecer no 1º colegial bem mais legal e num momento em que nem eu nem ela estávamos assim tão bem servidas de melhores amigas. Ainda demorou um ano para que eu visitasse a sua mesa de 5 em 5 minutos. Para que eu lhe roubasse as canetas, para que escrevesse bobagens no seu fichário e lhe telefonasse religiosamente todos os dias.

Mas quando esse momento chegou, eu finalmente pude dizer a mim mesma que eu tinha uma "melhor amiga" que realmente se preocupava comigo assim como eu me preocupava com ela. Só não conseguia aceitar o fato de que ela faltava na escola pelo menos 2 vezes por mês, que raiva! E eu? O que eu faço quando ela não está?

Depois da formatura, o que fiz foi continuar ligando, mesmo que fosse pra sofrer pq ela tinha novas amigas, mas na maioria das vezes era pra rir porque tínhamos alguma nova paixão cinematográfica ou televisiva... um novo ator, nova série, lost, house.. E sempre pra comentar com uma inteligência ímpar coisas banais... uma das coisas que mais me diverte nessa vida maledeta.

E agora lá está ela vivendo meu sonho, tudo bem que eu tenho um carro né benhê, mas ela tá na França e isso é mais do que um sonho!!!!

Mas não to com uma inveja má de você Mari, estou super feliz por você e não quero que fique triste aí.

Saia correndo e gritando, porque esse é o nosso lema eterno, e nao esqueça de fazer um instante de silêncio pras coisas ótimas, como as baguetes por exemplo.
E se não estiver mais afim do curso, fuja, porque vc não é obrigada, ta?!
Converse na rua com as pessoas fofinhas e do bem e procure não dizer só mercis, porque afinal de contas quero ouvir : A Mari beijou ontem versão parisiense!

Te AMOOOOO MUUUUUUITOOOOO MARI!!!
Volte logo pra gente correr e gritar!

2 comentários:

Unknown disse...

aiii bobona me fez chorar agora!!!!
um dia eu terei um carro e vc terá Paris, mas o melhor de tudo é que sempre teremos uma à outra pra tds as demais coisas. Eu sou grata pelo sol, eu sou grata pela Lua sou grata pela Champs Elysees à noite e sou grata por vc (puxaaa essa era velha né) merci 4eva amo vc!!!!!

RaquelRuiz disse...

ahauhauhauahuahauhau
Ameyyyyyy!
Nem lembrava mais do "sou grata pelo sol"!!! Mas ser grata pela Champs Elysées é MARA!!!
Tb sou grata por vc forevA!

"E se de repente a gente não sentisse a dor que a gente finge e sente?"