sexta-feira, 9 de abril de 2010

Des Femmes

Loucura ou não, sempre tive ídolas mulheres. As vezes eu faço um grande esforço de memória pra lembrar quem foi a primeira dessas mulheres. Segundo o Freud, foi a minha mãe, é claro. Depois dela deve ter sido a Nonna querida. E depois? Queimo alguns neurônios e chego talvez na Tereza Rachel no papel de Francesca Ferreto. O q me encantava nela? Uma beleza exótica, um olhar vesgo (Q), um cabelo ruivo, uma voz aguda de doer os ouvidos e escândalos deliciosos? Uma aparição emocionante no último capítulo, quando ela voltava das cinzas? Mistério? Uma velha linda e apaixonante! rssss

Depois que outras? Zaza e Zizi em "O fim do mundo"? Pq irmãs cajazeiras me exerciam uma influência esquisita? Um misto de relgiosidade e devassidão que atrapalhavam meus pensamentos. Claro que depois disso, me converti e cri no evangelho! Me apaixonei perdidamente por Santa Clara, linda, loira de olhos azuis, tão santa, pura, casta e apaixonada pelo São Francisco! Ahhh, mas tinha q ter um deslize! Não sei se isso me passou desapercebido ou não (claro q não). Fato é que eu queria ser freira a todo custo! Clarissa no começo, é óbvio, mas a clausura me assustou um pouco então relaxei um pouco a severidade da santidade e podia até mesmo cogitar as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, afinal de contas, nesta congregação eu tinha uma coleçãozinha de ídolas.

A Irmã Irene foi a primeira, tão bonitinha, um sorriso doce, uma voz de fada... aiii era minha preferida. Chorei hasta la muerte quando ela trocou de paróquia. Depois veio a Irmã Dolores, setenta anos e lá vai fumaça, um cabelo bem branquinho, alta, já tinha sido a madre superiora (morre), e era um luxo só com o sotaquinho português da Ilha da Madeira. Pra ela q eu deixei um bilhetinho no banco da Igreja : Quero ser freira! Aloka. Eu tinha alguma noção do que era aquilo? Acho q nenhuma! Mas meu coração batia tão forte que era quase um namoro! E ela veio toda fofa dizendo q eu tinha vocação! Nhuuuuuuuu! Coitada, lamento tê-la desapontado! Mas enfim, certa vez ela tirou o véu na minha frente e eu fiquei de boca aberta! Aquilo tudo parecia muito mágico pra mim!

Nesse momento vieram os filmes todos de freiras. A Woopi Goldberg não chegou a ser uma ídola, mas a madre superiora é claro que sim! Quem não era perdidamente apaixonada pela Maggie Smith sorrindo vestidinha de freira? E quem não queria ser a novicinha Mary Roberts? Ou ainda quem não implorou pra Maggie beijar o frei superior lá no segundo filme da série? Claro que eu sabia as músicas e os passos de cor e salteado! "I will follow hiiiimmmmmmmm".

Ao mesmo tempo, vi "Pássaros Feridos" e achei o mááááximo aquele padre, o Ralf de Bricassard, mas ele não vem ao caso! auhauahuahauahua. A não ser a menina q se apaixonava por ele aos 11 anos de idade. "Padre, estou sangrando, vou morrer, comofas?" "Vc ta menstruada, fia!" kkkkkkkkkkk

Depois teve um filme da videoteca Folha (Q) que já nao me lembro como chamava, algo como Rouxinol, sei lá. E uma freirinha se apaixonava pelo cara e ele casava com outra. Ela ia se aconselhar ou pirar junto com a Irmã Ágata q tinha ficado louca de amor por um homem.
- Ágataaaa
- So much Sun!
Aaaaaaaaaaaaaaa!

Na sequência lógica, outra ídola apareceu radiante. Julie Andrews no papel de "A Noviça Rebelde". Tão linda, perfeita, sopraninha... rsss. "The hiiiiiilllllllss are aliveeeeeeee with the sound of muuuuuusic"
Até que um dia eu tive a ilusão de ter encontrado o meu Capitain Von Trapp, que mais parecia um trapo!

Mas nunca deixei de ter ídolas. Torci como louca para que a Fernanda Montenegro ganhasse o Oscar. E depois descobri a França e me rendi aos seus encantos, a incomparável Edith Piaf e a deliciosa Mireille Mathieu. Ambas inebriantes. Meu objetivo de vida mudou de freira pra cantora! Se antes eu colocava uma toalha na cabeça ajeitando da melhor maneira possível o véu, agora eu colocava um vestido preto, passsava um batom vermelho a la anos 50 e gravava minhas próprias versões de "Padam" e "L'accordéoniste". E ao mesmo tempo estragava todo o meu francês parisiense para fazê-lo virar marselhês!

Além dessa lista, Meryl Streep, Fanny Ardant, entre outras vieram para coroar esse meu Olimpo. Todas foram mulheres incríveis e que mecheram profundamente no meu modo de ver o mundo. Pq não tirar o chapéu para todas elas? Voilà minha homenagem atrasadíssima para o dia internacional das mulheres. rsss

2 comentários:

Unknown disse...

Belo texto Raquel!
Parabéns, mas continuo achando que deverías fazer um blog em homenagem à Piaf. rsrsrs
Beijos, Rejane Figueira

Júlia R. disse...

Não adianta, não tem quem resista ao poder dos cabelos ruivos. XD

Não sabia que vc tinha assistido pássaros feridos, eu amava aquele seriado. Eu gostava da velhinha-ranzinza-dona-da-fazenda-que-amava-o-padre, teve uma vez que ela ficou pelada na frente dele [?]. Fiquei tão triste quando ela morreu. ._.

Sangue de Maggie Smith tem poder, ela de madre superiora arraza! Deviam aproveita-la mais em HP.

A Meryl é diva e a Fanny é sexy. Deneuve é deusa. hehe
Nada mais justo do que uma homenagem a essas mulheres maravilhosas. O que seria do mundo sem as mulheres.

Ah, e não posso deixar de comentar...
"Me apaixonei perdidamente por Santa Clara, linda, loira de olhos azuis"
...que de repente me bateu uma inveja de Sta. Clara. Q

"E se de repente a gente não sentisse a dor que a gente finge e sente?"